segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

MESMO QUE NÃO TENHAS CORAÇÃO

 
 
Improvisar
é como sentir as altas temperaturas do corpo
numa noite de tórrido amor.
É como sentir a tentação de escrever
uma frase sem palavras.
É como alimentar a cabeça
com imagens desprovidas de sentido.
 
Do sentido da história do nosso amor.
Tem o andamento que tem e mais nada.
Quase como se pertencessem
ao misterioso universo.
 
Dizes-me tu com um sorriso quase de anjo.
Dizes-me isto e outras coisas
à espera que eu não me esqueça,
como se as palavras pudessem ser um escudo
contra as desilusões
e as ideias uma espada que empunhamos na luta
para melhor nos defender do Mundo.
 
Mas tu dizes-me que no coração
não mora ninguém,
são tudo sonhos e metáforas,
que o sangue só passa por lá e nunca fica
e eu fico a olhar para ti
sem saber o que te responder,
porque não sei que o que me queres dizer
é que me amas mesmo sem coração,
ou que o teu amor por mim não passa por ele.
 
Fico-me lá dentro,
demoro-me, viajo, descanso, durmo e acordo,
sonho, escrevo, leio e oiço o Mundo
como se vivesse dentro dele,
e de repente sou sempre eu como eu sonho!...
 
Lá dentro, do mar, dos teus olhos,
da minha imaginação, está um futuro azul
e tu estás no meio dele, como uma ilha perdida no Mundo
e encontrada por mim.
Tu estás á minha espera, tens os braços abertos
e um sorriso rasgado
que me faz sentir que finalmente cheguei a ti.
 
Sei que o futuro não existe,
que também não passa de um sonho
e de uma metáfora,
mas apetece-me remar para ele
e o meu barco nunca se cansa de fazer a viagem.
 
Hoje vais dormir ao meu lado
com a mesma doçura de sempre
e eu posso sonhar contigo,
porque o futuro é já amanhã,
daqui a uns minutos,
agora,
o futuro é já o presente,
é o futuro.
 
Por isso, mesmo que não tenhas coração,
subo o meu olhar, devagar,
como quem passeia
e fixo os teus olhos verdes nos meus
e digo-te ao mesmo tempo que dizes que me amas,
e esqueces-te que no futuro
só ouço o que quero
e só vejo o que o meu coração deixa.
Autor: 𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Partilha de conhecimentos

 
 
Desde miúdo
que um dos aspectos
pelo qual sempre senti uma irresistível atracção,
a inteligência em estado puro.
Descobrir pessoas com proveito,
" saudável".
Realmente poderoso,
inteligência,
capacidade de compreender,
facilitar o difícil,
o simples também!
Foi sempre evidente
numa capacidade de adaptação.
Planos diversos da realidade,
convicção,
sentido de responsabilidade,
inteligência emocional.
Há um toque de...
Suavidade.
Família e amizade.
Deixar de poder confidenciar
o que me acontece,
como eu penso,
que me acontece.
Minha grande generosidade,
meu grande egoísmo!
Há gente que conheci
de forma diferente da maioria.
É humano sentir necessidade
de que gostem de nós.
Aprendi a gostar!
Daí a generosidade na partilha
do meu conhecimento,
das minhas posses da minha alma.
 
Autor: 𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

A vida reflectida na água

 
 
Enquanto vivemos
podemos tocá-la.
A vida não se conta
vive-se
e ao vivê-la,
ela foge-nos.
 
Como um sussurro
em ponto de morte.
Começo a pensar
que sou eterno.
Um passado carregado
de amargura e de
momentos felizes.
 
Momentos essenciais,
Pensamentos,
segredos,
construção,
memória…
Mistério da existência.
 
Espelho de verdades
e mentiras.
Enquanto vivemos,
a falsa modernidade
é uma imagem
reflectida na água.
 
Autor: 𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
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Seguir o que as emoções nos ditam...

 
 
Se pudéssemos…
Se pudéssemos controlar as nossas emoções,
o mundo seria muito mais simples,
mas também muito mais previsível e aborrecido.
Apesar de me ser difícil aceitar o que se passa com o meu coração,
os meus sentimentos parecem ser bem claros.
O que, de qualquer modo, não me obriga a seguir o que (eles) me dizem,
até porque todos temos maior grau de controlo
sobre o nosso comportamento do que sobre as nossas emoções,
e na grande maioria dos casos, temos a capacidade de refrear atitudes
que sei que são prejudiciais.
Noutras vezes, pode ser importante arriscar
e seguir o que as emoções nos ditam…
É compreensível que me encontre num dilema,
mas inevitavelmente terei de fazer uma opção,
seja ela qual for, com tudo o que de bom ou de mau
essa opção possa acarretar.

 
Autor: 𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Ama-me



Se a tua vida for amar,
Ama…
se a tua felicidade depender de mim,
considera-te feliz.
 
Se a tua vida for lutar,
luta…
Nada neste mundo,
vai fazer-me esquecer-te.
 
Se a tua vida for vencer,
vence…
Sei que tu um dia vences-te,
mas com o tempo tudo acabou.
 
Se a tua vida for pensar,
pensa…
Não tenho tempo para pensar
em surpresas, que o tempo levou.
 
Se a tua vida for ficar,
fica…
do teu coração me arrancas-te,
mas eu já há tua espera não estou.
 
Se a tua vida acabar,
acaba…
Eu acabei por te amar
como a onda acaba no areal.
 
Se a tua vida continuar
continua…
Eu acabei por te amar,
como o fumo acaba no ar…
 
Se a tua vida esperar,
espera…
Do teu coração me arrancas-te,
mas eu já há tua espera não estou.
 
Se a tua vida magoar,
Magoou…
tu também tanto me magoas-te
que o desgosto em mim ficou.
 
Se um dia a tua vida perder,
perdi…
Mesmo que um dia por outro amor
eu me perca.
 
Autor: 𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
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Sonho... Uma lágrima enorme!

Com os anos a morte vai-se tornando familiar.
Quero dizer… não a ideia da morte, não o medo da morte,
a realidade dela.
Deve ser tudo natural!  Certamente é tudo natural e não entendo.
Ninguém pôde valer-lhe, ninguém pode valer-me…
Os olhos dela estão comigo e não estão comigo!
As mãos são raízes secas. Parece tornar-se terra  antes de voltar à terra
e torna-me também terra com ela.
Algo de inerte coagula-se-lhe nos gestos, as feições adquirem
a trágica dignidade do silêncio e o silêncio acusa-me.
De quê?
Despidas de sentido as poucas palavras que me diz acusam-me!
Ainda que passadas de amor, acusar-me-iam.
Não se queixa, não chora, e no entanto a almofada em que poisa a cabeça é uma lágrima enorme.
O seu nome repete-se sozinho dentro de mim.
Tento recordar-me:  a casa dos meus avós, episódios antigos, as horas gordas do relógio de parede ecoando na sala. Continuam a vibrar, imensas. Depois calam-se, e apenas um som distante.
Nunca me tinha acontecido isto. Enquanto lá estou dentro, nunca consigo ver claro. Tenho uma ideia vaga de para onde vou, mas não tenho qualquer certeza de como é que lá chego, nem quando.
 
Autor: 𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
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Um gesto terno uma carícia

 
 
Um gesto terno
uma carícia,
pode ser amor…
Um amor não precisa ser
um grande drama..

Mas precisa
ser um sentimento,
que expresse algo
que não é possível expressar
por palavras.

É tão simples!...
são tudo temperamentos
que estão presentes,
assim como a dualidade
entre o amor e a morte.

A vida é como um homem que viveu
o homem que conta o que viveu…
que amamos e a quem por fim concedemos
todas as condições que ela nos impõe,
desde que não nos deixe.

E eu vejo-a como se tivesse
“vivido para contar”
e como se contasse para voltar a viver.
Vejo o olhar astuto, o riso,
a rir-me de mim mesmo.

Vejo o amor
em paralelo com a vida,
tão fluente,
inesperado,
e aventureiro como ela.

 
Autor: 𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Basta

 
 
A felicidade…
está ao meu alcance.
 
Esta busca de prazeres,
Sensatez,
ponderação.
 
Acabei de me entregar…
talvez por essa razão,
aspectos de mim triunfarão.
 
Se assim desejar,
para ser feliz
Vou seguir o que o coração me diz.
 
Com laços fortes,
maior intimidade.
Basta!... de incertezas!
 
Vou deixar de lado o egoísmo
e dar primazia às emoções.
Os sentimentos revelam-se,
Fortes…
Sonhos e fantasias,
desgostos de amor.
 
O fim de uma vida é a mudança
Necessária para o começo de outra.
Basta!...
 
Autor: 𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
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As tuas adoráveis orquídeas

 
 
Amor, as tuas amáveis flores
amanheceram tristes
aos meus olhos ainda, mais tristes…
 
As tuas adoráveis orquídeas
permanecem pelos espaços, deprimidas.
aos meus olhos ainda mais
deprimidas…
 
Florescem as flores
que deitamos à terra…
 
Apodrece de desânimo e abandono!
 
O sonho que guardo
no canteiro húmido de lágrimas
do meu coração.
 
Os dias fogem… loucos, desastrados…
sem tino. Sem ânimo!
 
Amor, ensina-me o caminho
à minha infância
onde as alegres flores
abundam de esperança e alegria.
 
Os canteiros de meus sonhos…
 
E meus olhos eram tão largos
tão cheios de coisas boas…
Amor, porque me deprimi… entre espinhos?
 
E tão pequeno dentro de mim…
Cresci, amor!...
 
Autor: 𺰘¨¨˜°ºðCarlosCoelho𺰘¨¨˜°ºð
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