quinta-feira, 30 de junho de 2011

Quando não te vejo



Quando não te vejo
as horas arrastam-se infinitamente.
Este silêncio, é o meu cúmplice da madrugada
Bem sei que a noite é boa conselheira,
mas escolhes a madrugada para me falar
do teu amor.
Da grande página aberta
fica o teu perfume
que escorre pelo meu corpo adormecido.

Quando não te vejo
cada dia é um mistério
que se adensa por cada hora que passa
assim, no silêncio do poder.
É nele que tu te moves e levas
parte da minha vida contigo.

Quando não te vejo
temo encontrar-te amparada
por outros braços quaisquer,
sacio-me de sorrisos esboçados
oiço sussurros que me buscam.
Por segundos, a verdade parece tão clara,
tão obvia,
tão minha.

Quando não te vejo
tudo é estranhamente calmo
caminho perdido algures
olho-me na ausência de ti,
entre o respirar distante no tempo
e o frio latejar da realidade.

Quando não te vejo
tudo fica distante
a tua alma,
as recordações
os suspiros profundos
os sonhos...
um reflexo, do meu intenso desejo
de satisfazer o teu.

Quando não te vejo
os sonhos e as quimeras adensam-se
o entardecer é mais curto
e a cortina vai abrir-se para o dia seguinte.
Partilho as mágoas e recupero forças
todos os poemas morrem...

Quando não te vejo
as horas arrastam-se infinitamente
cada dia é um mistério
temo encontrar-te amparada
tudo é estranhamente calmo
tudo fica distante
os sonhos e quimeras adensam-se
quando não te vejo.

Mikii
(Foto da Net)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sou um Instante...

Sou um instante...
Pergunto ao espelho que insiste

no meu reflexo
o que é afinal o destino?
Retalhos que marcam com cicatrizes profundas
esta minha alma de homem.
E ninguém ouve o meu grito!

Sou um instante...
Sangro por dentro,
palavras que te entrego e ofereço
para povoar todos os vazios.
Foi hoje... que senti o vento na noite
aquele que me envolve em mistério.
Aquele vento...
Que implora por ti no silêncio
e eu deixo-me ir...
No silêncio deixo ir o amante,
o marido,
o pai,
o amigo,
o filho,
o irmão,
o homem... que sou!

Sou um instante...
Por todas as partes recônditas do meu corpo,
solto um grito
onde confesso este amor
que me enlouquece.
Palavras secretas
que me falam no silêncio do olhar,
vão surgindo como encanto,
a alma vaza
deixando à solidão um lugar.

Sou um instante...
Quando penso num olhar
que nada encontra.
Será covardia de uma alma já vazia?
Corro sem parar...
O sol rompe pelas nuvens timidamente,
apetece-me gritar
rasgar do coração
a ferida que ficou.
Como um instante...

Sou um instante...

Mikii
(Foto da Net)

Sim, sou eu...

Sim, sou eu...
Os braços envolventes da alvorada
tem o sorriso das estrelas cintilantes de alegria.
O vento sorri,
sopra brisas enfeitiçadas
murmúrios da minha alma
suaves brisas de galáxias esquecidas,
alamedas floridas de sonhos azuis,
nas estradas infindas do firmamento.
A fórmula mágica para te conquistar
sei que existe... sempre a busquei
falei ao vento de ti... e ele chorou...
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das estrelas,
serão, o meu ego
nas solitárias madrugadas.
Sim, sou eu..
e no sorriso do mar, oiço a tua canção,
melodia da tua alma encantada.
Deambulo pela imensidão do sonho,
por nuvens de incerteza e amargura,
vou amar, saborear,morder, cada segundo teu,
sem pudor, sem temor, sem medo da nova dor!
A memória da minh'alma vai buscar-te
ao infinito dos sonhos e nas ternuras das brisas,
traz-me as tuas lembranças.
Sim, sou eu...
o vento sorri
a voz do silêncio conta-me melodias de encantar
das nuvens doiradas dos teus pensamentos.
Minha alma canta com a tua
a mesma canção,
na noite dos mistérios, minha alma flutua
ao som das melodias, dos teus gemidos.
Sinto-me assim
o vento sorri
num aamaranhado de pensamentos
sem os beijos no luar
que me acordavam de madrugada.
Vagueio assim...
respiro a doce melodia do meu sonhar
esvoaçando nos segredos do vento.
O vento sorri...
sentimentos magoados
emoções descompassadas
vãs utopias que deixaram sofrimento num sonho
sim, sou eu...

Mikii


(Foto da Net)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tu, que me roubas-te...



Quero morrer...
da tua vida desaparecer
odeio-te sem fim,
e morrerei de amor porque te quero!
Tu, que me roubas-te a alma,
Tu que me roubas-te o sonho.
Eu não voltarei...
quero morrer!
com a noite quente, calma
adormecerá tudo.
Choro com amargura as mágoas
das ilusões mortas
sem qualquer limite ou condição.
Quero morrer...
Será que nada fui para ti?
"Impossível"
esta palavra é um punhal cravado
no coração.
Quero morrer...
Segurar as lágrimas é o mesmo
que pedir para parar o tempo,
nas horas de íntimo desgosto.
Tu, que me roubas-te a vida
Tu, que me roubas-te a alegria.
cada palavra lembrada, provoca em mim
sentimentos e emoções,
muitas vezes difíceis de ser esquecidos.
São palavras que encerram
uma profunda dor.
Quero morrer...
Dormir sem sonhar
a dor que já não doi.
Deixar de sentir,
anular os sentimentos,
numa angústia doida no peito...
Tu que me roubas-te tudo
Tu, que me roubas-te a própria dor.
Quero morrer...
já nem consigo sentir dor!
nem saudade...
Saudade é sentir que nada aconteceu,
que ela partiu, traíu e morreu
e que a qualquer momento,
não importa se aqui ou além
estarei de novo caminhando.

Mikii
Escrito algures em 1987
(Foto da Net)

Hoje vi o mar



Hoje estou feliz
hoje vi o mar
hoje sinto o meu coração,
como uma bola de sabão...
frágil, sem rumo, solitário...
numa viagem de dor e incertezas.
Hoje o meu olhar é mais frio
na noite quente e estrelada,
hoje o universo está à minha espera
completa o vazio
que tanto magoa o coração.
Adoro o mar...
fico com vontade de mergulhar mais fundo,
mas o meu medo é maior,
e volto de novo para trás.
Hoje a manhã nasceu calma,
mas a solidão
destroi todos os sonhos.
É o fim do pesadelo!
Mas... hoje estou feliz
hoje vi o mar
hoje o mar viu-me a mim,
então...
ficamos os dois curiosos um do outro
a redescobrir o prazer de viver
a trocar segredos...
olhos nos olhos
em tom de mistério.
Hoje vi o mar,

hoje vi a bela ilha de encantar

que me faz sonhar e recordar
com uma beleza frágil, mas serena
vi o mar, com um olhar vivo
e ao mesmo tempo contemplativo.
Hoje estou feliz
hoje vi o mar...

Mikii

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sentimento



Que sentimento é este afinal?
sempre este vazio que teima
em preencher pedaços da tua ausência...
Gosto quando me desvendas
quando vejo o mar.

Não consigo silenciar este sentimento
semeio flores macias...
ainda sei escutar o teu olhar
quando mergulho no perfume das flores,
embalando as cores secretas
de cada pétala.
Gosto de mergulhar nos meus silêncios
viajar pelo infinito
decifrar segredos.

Não consigo silenciar este sentimento
encontro a saudade a vaguear no horizonte,
a aurora anuncia o sol, que ousa
despontar para uma manhã.
Queria parar o tempo do meu sonho,
sentir aquele afago da brisa
na minha alma.

Não consigo silenciar este sentimento
ainda sinto o aconchego demorado
no teu abraço murmurando-me
lamentos e ternuras.
Continuo na caminhada...
decifrando os meus passos sem sentido
agora o sol escondeu-se...
deu lugar às estrelas,
até que a primavera do teu olhar
e a poesia do teu coração
fez-me abraçar os versos que me escreves-te,
que afastaram as nuvens amarguradas
do meu sentir...

Não consigo silênciar este sentimento
não sei fechar os olhos
vejo as estrelas reluzentes,
jamais esquecerei o horizonte,
no silêncio sábio das palavras.
As gaivotas que voam em rodopio,
tentam levar o meu pranto para longe...
mas em vão.

Não consigo silênciar este sentimento
hoje quero ver o sorriso que brinca
no perfume das flores,
afastar as brumas da melancolia
e da solidão.
Eu não te vejo,
mas povoas os meus sentidos...
Que sentimento é este afinal?
sinto-te em cada suspiro das palavras,
sinto-te na subtileza da noite,
em cada suspiro do vento.

Não consigo silênciar este sentimento
vou...
sem saber como regressar!

Mikii
(Foto da Net)

domingo, 5 de junho de 2011

Não perguntes nada...



Não perguntes nada
meu corpo sente o afago
lábios trocados, molhados
fantasias na madrugada
face cansada
olhos cerrados.
Não perguntes nada…
o tempo ainda não terminou
a névoa abraçou a madrugada
desnuda-te para mim
deixa que descubra
o toque da tua alma
ao adormecer.
Vamos sentir o vento gelado,
vou suspirar-te ao ouvido
e voamos de encontro às estrelas.
Não perguntes nada…
sem uma palavra,
olha para mim
na cama em desalinho,
no jardim da paixão.
Aos toques de prazer,
um gemido abafado.
Não perguntes nada…
vamos aproveitar o momento
perdemo-nos no tempo
novamente
até ao amanhecer.
Basta um olhar,
um olhar que se perde no teu…
Numa felicidade infinita.
Não perguntes nada…
busca emoções.
Tinha a certeza que estava a entrar
num mundo que não era meu.
Sei que não podia,
sei que não devia,
mas tu deixas-te,
uma entrega em delírio.
Não perguntes nada…
sim, acredito, que o amor é intemporal.

Mikii
(Foto da Net)

A Vida



A Vida é espantosa
o tempo passa inplacável
vozes profundas, risos explosivos
vozes que criticam o silêncio
saindo da escuridão.
A vida é espantosa
cheia de olhares perdidos
nos medos e nas emoções,
quase destroem um sonho.
Mas o amor, a paixão, o ódio,
o egoísmo,
são sentimentos universais.
A vida é espantosa
olho para ela como inspiração
com a paixão que desperta,
como se procurasse alguém
cavando ainda mais ilusões.
A vida é espantosa
aqui a vida não tem limites
não só por tudo o que fez,
mas porque o seu caminho
se cruzou, de forma feliz,
com a minha alma.
A vida é espantosa
tem para mim, por isso,
um encanto especial
nos meus deslumbramentos
ah... o deslumbramento,
a busca do efémero,
enfim, da vida como festa
a ser fruída!
A vida é espantosa
quando deparo com algo maior que eu,
o oceano, ou o imenso céu estrelado.
Momentos mágicos,
que me fazem ser eu,
um espelho exacto dos meus sentimentos.
A vida...
no sentido de estabelecer pontes
e ultrapassar preconceitos,
dessa ideia de felicidade que dormita
em cada um de nós,
cansado de lutar,
joguete sem liberdade.
A vida é espantosa
dá-me alguma coisa para partilhar
para relembrar
ousadia para quebrar a rotina
ousadia para amar mais...
A vida é o receio de deixar tudo
aquilo de que gostei , e gostei muito.
A vida é um sentimento de pertença.

Mikii
(Foto da Net)